HISTÓRIAS E LEMBRANÇAS: COMO COMEÇAMOS A JOGAR?


Relatos postados no dia do Botonista, 14 de fevereiro de 2019, pelos colegas quando foi perguntado quando começaram a jogar futebol de botão. São belas histórias, e provavelmente alguns dos leitores poderão se identificar.

Gostei tanto das histórias e das lembranças que achei que gostaria de poder deixar registradas aqui.

Veja aqui um breve relato sobre como eu comecei e voltei a jogar.

RODRIGO (Rio de Janeiro)‬: Eu comecei a jogar com 6 anos. Meu primeiro time foi o Flamengo , mas sou Vasco. Voltei a jogar em São Paulo e quando mudei para o Espírito Santo joguei 8 anos a regra 1 Toque / Liso. Agora estou voltando as origens e não me arrependo de ter parado uma regra para jogar "essa".

JC PINHEIRO (São Paulo)‬: A minha história é quase igual a de todos. Começa assim:
Em 1985 eu então com 10 anos jamais tinha ouvido falar de futebol de botão, mas gostava de futebol aí me veio uma ideia de recolher 20 tampinhas de refrigerante na rua foram 10 de Baré-Cola e 10 de Fanta estava montado 2 times...4 Pilhas Grandes da Rayovak estava montado as traves e bola um caroço de feijão...que depois evoluiu para um botão de camisa. Em 1987 conheci o Adilson na escola na quinta série e ele tinha alguns times de botão e a partir daí começou a nossa saga por este hobby. O nosso primeiro jogo foi na sala da casa dele *Portuguesa 0x0 São Paulo*. O resto é história! Lá se vão 34 anos ininterruptos com este lazer chamado Futebol de Botão.

GUERRA (São Paulo)‬: Eu como todos aqui conheci a brincadeira na infância, com aproximadamente 9 anos. Isso foi lá pelos meados de 1976. E eu morava no bairro do Pari, próximo do centro de São Paulo. Jogávamos eu, meu irmão e alguns amigos da rua que também gostavam de jogar. Quando era possível, meu pai me dava um dinheirinho e lá íamos correndo a uma loja chamada Ciamar, comprar os times da marca Canindé. Nos divertíamos para valer, fazíamos campeonatos e muitas vezes eu jogava sozinho, sonhando e fazendo as minhas narrações.
Por volta de 79 ou 80, um primo que é bem mais velho que eu, nos apresentou uma possibilidade de montar os times com tampas de relógios e alguns decalques com números e as símbolos dos times que comprávamos em uma pequena loja no bairro da Moóca, então passei a visitar as relojoarias do bairro atrás das tais celuloides e montar e pintar os times. Na sequência esse mesmo primo começou a jogar no time da faculdade São Judas e através desse primo conheci os times da Brianezi que eram utilizados nos campeonatos, e passaram a ser os meus sonhos de consumo, mas nunca tive muitos. Os que eu mais tinha ainda eram os da marca Canindé que jogávamos com pastilhas. Aliás a gente usava como bola as pastilhas do jogo War, da Grow.
Hoje ainda jogo as vezes, quando tenho oportunidade com meu filho de 13 anos e meu sogro que também gosta muito. Na atualidade sou mais um colecionador que jogador.

ISRAEL (Guarulhos): Até meados de 1974  não gostava de futebol, gostava de Fórmula 1, até que em 1974 com a Copa do Munda da Alemanha o futebol entrou na minha vida para ficar!
Conheci o futebol de botão no mesmo ano indo para a escola. Ouvi atrás de um pequeno muro um grito de gol. Fiquei curioso e fui ver o que acontecia ali. Garotos como eu com 10 anos jogavam em um Estrelão no chão do quintal. Me convidaram para jogar, mas naquele momento estava indo para a escola e como era responsável não podia deixar de ir, mas a vontade de conhecer e jogar era tanta que no outro dia logo cedo fui até a casa deles. Depois disso por muitos e muitos anos jogava quase todo dia, até mesmo na escola que naquela época tinha as carteiras em fórmicas - imagine só, na cor preferida verde. Juntávamos duas carteiras e jogávamos alí, em plena sala de aula durante os intervalos. Como não tinha times nem dinheiro para compra-los, ganhei de um amigo na escola um time do Athlético Paranaense de cor verde(!!), pois as fotos dos jogadores eram da revista Placcar em preto e branco. Acho que ele não sabia a cor do uniforme do time...
Em 1978 com 14 anos comprei meus primeiros time da marca Canindé. foram um São Paulo, Cruzeiro e Seleção Brasileira, depois veio a Lusa. Joguei até 1983, com 20 anos jogava com garotos de 10 a 14, 15 anos na rua atrás da avenida onde eu morava, em Guarulhos. Quando mudamos para Araraquara. Fiquei sem jogar até 2001, quando conheci o Gerson da Liga Dom Pedro na Companhia onde trabalhamos, a CET de São Paulo. Nunca mais deixei de jogar esse esporte que me encanta!
Em 27 de fevereiro de 2016 fundamos a Liga Guarulhos de Futebol de Botão (GFB).

ROBSON (São Paulo)‬: Eu comecei um pouco depois da Copa de 1986. Jogava com o meu tio e toda vez que minha mãe ia na feira trazia um time pra mim. Eu fazia o meu campo de linha. Depois virou uma febre e praticamente todos os moleques jogavam. Me lembro dos campeonatos com seis Estrelões e nessa época eu ganhei vários desse torneios. Outra coisa que é importante dizer é que embora muitos jogassem, eu era quem mais gostava. Quer dizer, naquela época eu já jogava sozinho e talvez por isso ganhava os campeonatos com os outros moleques. Joguei até mais ou menos os 15 anos, depois as prioridades da vida foram mudando e os botões foram se perdendo. Aqui onde moro ninguém mais voltou a jogar, mas eu sentia falta dos velhos botões até que no início dos anos 2000 comprei cinco times, acho que a marca era Ki-Gol. Eu voltei a jogar de vez em quando sozinho, mas depois em uma mudança acabei perdendo esses times. Quinze anos depois voltei a jogar no ano de 2017 e aqui estou. Acho difícil parar agora.

ANTUNES (São Paulo): Sou botonista desde 1979 quando ganhei um Estrelão e dois times da Estrela (Corinthians e Palmeiras). Desde aquela época jogava sozinho, prática que retomei em 2012. Na década de 1980 conheci meu amigo Vicente que me ensinou a jogar. No final da década de 1990 parei para só retomar muitos anos depois.
Hoje tenho uma Liga que reúne bimestralmente meus amigos para palhetadas e muitas risadas.

MAURO (São Paulo)‬: Eu comecei aos 7 anos, início da década de 70. Também jogava no chão e depois ganhei um Estrelão. Era o único da rua que jogava botão o tempo todo. Os demais diversificavam: empinavam pipa, andavam de bicicleta, rodavam pião, etc. Meu foco era futebol e futebol de botão. Depois comecei a jogar com tampa de relógio. Vivia no coitado do relojoeiro atras de tampas usadas que o cara jogava fora. Fiz uma coleção grande e ainda hoje tenho boa parte dessas tampas guardadas. Aí veio a fase do trabalho e parei. Só voltei a jogar em 2012, sempre sozinho e em casa. Comecei a disputar campeonatos por acaso. Minha cunhada mora no mesmo prédio do Marcelo Cereda e um dia ele colocou debaixo da porta dela um comunicado convidando pessoas interessadas em jogar futebol de botão. Aí minha cunhada me ligou dizendo que tinha um maluco como eu morando no prédio dela! Eu resisti, não fiz contato porque achei que não tinha condições de competir, só que ela acabou me inscrevendo sem eu saber e acabei indo a primeira vez e não parei mais! Faz seis anos que voltei a jogar. Comecei comprando times de vidrilha do pessoal que fazia e depois aprendi a fazê-los graças às aulas do A. Baez. Enfim, essa é a minha história.

A. BAEZ (São Paulo): Eu comecei a jogar botão em 1982, tinha 8 anos e me apaixonei imediatamente. Lembro bem desse dia, eu estava em casa doente, morava em um prédio na Av. Paes de Barros, no bairro da Moóca, em São Paulo.
Um amigo do prédio, mais velho, veio em casa e eu não podia sair, então ele trouxe uns botões, misturados e jogamos na mesa da cozinha.
Meu pai estava desempregado na época, e sem grana pra brinquedos, meu avô então me deu meu primeiro time, um São Paulo da marca Canindé (sou corintiano), e fizemos o campo em uma lousa quebrada. Logo depois ele me deu um Corinthians.
Joguei direto até os 15 anos, então parei e voltei a brincar com meus sobrinhos e minha filha, no dia em que esse mesmo avô morreu, em 2003.
Parei de novo, e voltei em 2009, quando tive a imensa felicidade de conhecer o ⁨Marcelo Cereda Minniti⁩.

A. LARANJEIRA (São Paulo)‬: Ganhei meu primeiro time “Cristal Gulliver" do São Paulo, na festa junina da Escola. Para jogar comigo meu pai comprou um Santos da Gulliver. Esses foram meus primeiros times.
Joguei dos 6 anos 17 anos, parei em 97 e voltei graças ao Ygor, que encontrou a BFA e foi muito bem recebido. Conheceu a liga e no mesmo dia já o indicaram pra jogar a Liga Millenovecento com o ⁨Marcelo Cereda Minniti⁩. Voltei a jogar em março de 2018 e meu primeiro jogo nessa volta foi contra o @⁨Vicente Jr⁩ (de Mogi).
Posso dizer com certeza que o futebol de botão nesse último ano tem me ajudado muito a superar a dureza do dia a dia! Relaxa, diverte e principalmente, como diz o Mauro⁩, você faz grandes amigos de infância  - só que adultos.

P. VILANI (São Paulo): Comecei a jogar em 72 quando meu tio me deu um Estrelão e meu pai me deu dois times da Estrela, Flamengo e Palmeiras, com Leão, Eurico, Luiz Pereira, Zeca e Baldochi; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Hector Silva, César e Pio. Joguei até 79 e parei pois trabalhava de dia e estudava a noite a partir de 80, voltei em 2013 com uns amigos do Facebook num campeonato de argolas. No fim de 2014 conheci o Marcelo Cereda no Facebook e fui jogar na Liga Millinovecento no começo de 2015 e não parei mais.

A. BARREIRA (Modi das Cruzes)‬: Jogo futebol de botão desde criança. Por sorte tenho um irmão, o Rodrigo, que é um ano mais velho apenas e por isso crescemos juntos e começamos a jogar bem cedo. Nossos primeiros times e campos foram presente de minha vó materna com a ajuda do meu pai. Ganhamos o chamado Estrelão e os times do Grêmio e Santos da marca Bolagol, que já se perderam nas inúmeras mudanças que fizemos. Ao longo dos anos, fomos comprando times da Gulliver e outros modelos e fazíamos nossos próprios campeonatos. Era muito legal. Na época do colégio, conhecemos mais alguns amigos que também jogavam e passamos a fazer campeonatos com eles. O tempo passou e naturalmente as preocupações da vida passaram a tomar mais tempo e deixamos o jogo de botão um pouco de lado. Retomamos este velho amor graças ao amigo Marcelo Cereda Minniti⁩, que abriu suas portas para disputarmos a Liga Millinovecento. Gostamos muito e trouxe esta ideia de organizar uma Liga em Mogi das Cruzes. Isto aconteceu em outubro de 2010 com a criação do Clube do Botão Gaspar Vaz. Hoje temos vários praticantes do jogo de botão aqui na cidade e recebemos jogadores de outras cidades nos nossos tradicionais campeonatos abertos.

MARCELO C. MINITTI (São Paulo)‬: Por volta de 1972 fui apresentado ao futebol de botão por um amigo da escola. Comprei meus primeiros times (Palmeiras, São Paulo e Santos) da marca Crakes da Pelota de carinhas, e jogava sozinho ou com esse meu amigo e seus irmãos. Depois comprei alguns Bolagol, e em seguida comecei a fazer meus próprios times. Continuei jogando e no final dos anos 70, já morando no bairro da Moóca, fazia meus campeonatos sozinho e comecei a jogar com o Marcos⁩ e outros amigos. Já naquela época eu era o responsável por montar as tabelas, e tenho todos campeonatos registrados até hoje. No começo dos anos 80, a turma já estava com idade por volta dos 15 anos, e os interesses passaram a ser outros, mas eu continuei fazendo meus campeonatos internos anualmente até 1985. Depois disso uma parada a e no começo da década de 90 voltei a jogar principalmente com os meus sobrinhos. Aí uma nova longa parada até 2003, quando incentivado pelo meu sobrinho, levamos os estrelões e os times para o bairro do Campo Limpo onde passamos a jogar nos finais de semana. Também retomei os campeonatos internos, e após disputar um campeonato do programa de rádio Estádio 97 e outro da Brahma, organizei o primeiro campeonato aqui em São Paulo em 13/08/05, que foi o embrião dos campeonatos da Millenovecento que continua com a média de 5 campeonatos por ano. Com isso tive a felicidade de conhecer muitos novos amigos que mantem essa paixão acesa, com a criação de diversas ligas amadoras, que proporcionam a oportunidade de encontros praticamente em todos os finais de semana.