A quarta edição do Campeonato Brasileiro EWA começa neste fim de semana, após os adiamentos causados pela fadiga. Mas como devem voltar os times que ficaram até quatro meses parados?
Para responder a essa pergunta, os reportes de plantão da Liga EWA mergulharam em horas de partidas gravadas nas últimas edições e descobriram que, na prancheta, os times brasileiros não mudaram muito. Quase todos jogam no 4-3-3, 2-4-4 ou no 1-2-3-4, a famosa Pirâmide Invertida, certo? Não exatamente.
Existem uma série de nuances que fazem com que Central e Botafogo, com desenhos parecidos, apresentem um futebol tão distante entre si. Das escolhas de marcação, passando pela saída de bola e por onde começa o "momento ofensivo", dissecamos como jogam os 20 clubes.
Veja abaixo quais nossas previsões para a temporada e além disso, fotos e mais fotos!
CENTRAL: atual campeão, disputa o título. Atual campeão, poucas vezes a expressão "o futebol é dinâmico" pôde ser tão bem aplicada quanto no atual momento do Central. A Patativa dominou o futebol brasileiro nos últimos 12 meses. Bateu recordes. Ganhou o Brasileirão 2019/20, vencendo o Cruzeiro, campeão de 2019. Tudo jogando um futebol que há muitos anos não se via no Brasil. Dominando, sufocando e subjugando seus adversários na maioria das vezes.
BAHIA: meio de tabela. Seguir recuperando espaço e se consolidando no cenário do futebol nacional, expandir sua marca com boas campanhas e se posicionar como um clube voltado ao engajamento de importantes pautas sociais. Estas vêm sendo as causas do Bahia nos últimos anos. A 6ª colocação no Brasileirão do ano passado precisa ser superada para dar continuidade ao projeto responsável por recuperar um clube que esteve na Série B até 2018. Roger Machado segue como comandante do Esquadrão de Aço, e tem um bom elenco a sua disposição.
BOTAFOGO RJ: disputa o título. O Botafogo é o primeiro campeão nacional e campeão da primeira Libertadores EWA. A forma de jogar é batida, mas ainda funciona na busca pela conquista em 2020. Para tentar se aproximar do troféu que não levanta há 3 anos, a diretoria foi buscar um novo equipamento após um início de temporada ruim. Mesmo com os problemas financeiros do clube, o Botafogo não deixou de trazer seus reforços e vai reforçando o plantel.
BOTAFOGO SP: meio da tabela. Superar os problemas financeiros, ambientar os novos jogadores o mais rápido possível, e desenvolver o modelo de jogo ofensivo projetado pelo treinador. As missões iniciais do Botafogo de Ribeirão Preto no Brasileirão 2020/21 são estas. A torcida quer uma história diferente de 2019, quando ficou a um ponto da fase eliminatória. É possível acreditar em algo melhor, principalmente se o marfinense e o japonês renderem o que podem.
YPIRANGA-SP: meio de tabela. Atletas em litígio com o clube, atrasos salariais e muita pressão em cima do técnico, que acabou demitido. O CAY chega ao Brasileirão com o ambiente bem tumultuado. Acreditar em algo parecido com o excelente desempenho que teve no ano passado é muito improvável. O time não convenceu até aqui e por mais que algumas ideias atuais fossem parecidas com as de grandes clubes, há diferenças na execução e na intensidade. O clube vai buscar uma nova direção?
CONFIANÇA: luta pelo G4. Contas em dia, elenco competitivo, filosofia de futebol coerente com o projeto, e estrutura de alto nível. O cenário que compõe os bastidores do Confiança é responsável direto por aquilo que o clube vem conseguindo dentro de campo nos últimos anos. Desde que retornou à elite do futebol brasileiro vem crescendo ano após ano. Já garantiu sua vaga na fase de grupos da Libertadores 2020/21 ao eliminar o argentino Belgrano.
CRUZEIRO: disputa o título. Campeão da segunda edição do Brasileirão EWA, o Cruzeiro entra tentando superar a saída de seu principal ídolo recente. O elenco segue muito bom, mas num coletivo que ainda tropeça, não ter um jogador com tamanha capacidade de desequilíbrio pode pesar bastante.
FORTALEZA: meio de tabela. Depois de 14 anos o Fortaleza volta a integrar a elite do futebol brasileiro por duas temporadas consecutivas. E isso não é por acaso! O clube desenvolveu um projeto de reestruturação a partir da chegada de Rogério Ceni em 2018. Já vinha se recuperando ao vencer a Série C no ano anterior, mas quando o ex-atleta do São Paulo assumiu o comando do Leão, o clube mudou o seu patamar em basicamente tudo o que envolve o futebol. Melhorou a estrutura, pagou melhores salários com o aumento gradativo da arrecadação, e traçou um modelo de jogo que, passou por pequenas transformações, mas é seguido mesmo na Série A.
LONDRINA: meio de tabela. O clube ganhou com sobras a Série B em 2019/20, apresentou desempenho animador com elenco que mescla jovens promissores e atletas experientes, tem um técnico capacitado em início de carreira, estrutura, salários em dia... Muitas coisas que vários clubes grandes não têm. Deve dar trabalho.
MOTO CLUB: briga por permanência. Depois de duas temporadas na segunda divisão, o Moto Club está de volta a Série A do Brasileirão. Buscando se manter na elite, o clube chega com uma equipe competitiva. Não tem grandes nomes e provavelmente não disputará nada na parte de cima da tabela, mas há um bom trabalho sendo feito pelo técnico Eduardo Barroca. O início da temporada teve muitos tropeços. Aos poucos, porém, ele foi encontrando o time e ganhou mais intensidade para executar suas ideias.
NACIONAL: meio de tabela. O Nacional chega ao Campeonato Brasileiro vivendo um dilema existencial provocado pelo bom desempenho na última edição. Repetir o modelo de jogo das decisões, baseado em marcação forte e contra-ataques rápidos, ou buscar o padrão apresentado no início do ano, quando tentou ser um time mais ofensivo e foi bem inconstante? Aliar os dois aspectos é o ideal, mas não é tão simples quanto parece.
NÁUTICO: disputa o título. O Náutico esteve entre os quatro primeiros colocados do Brasileirão na última edição e disputou a Libertadores. É um período notoriamente competitivo e está entre os principais times do continente. Mas o que tem faltado para voltar a ser campeão nacional? O técnico costuma poupar muitos atletas em semanas com três partidas. Sempre bateu na tecla da necessidade de reforçar o elenco, algo que a diretoria fez com apostas questionáveis e ótimos nomes. Será desta vez?
PORTUGUESA: meio de tabela. Esse será o terceiro campeonato consecutivo da Portuguesa na elite do futebol brasileiro. Fruto de um trabalho de reestruturação e recuperação financeira que ainda não alcançou o seu ápice, mas que proporciona um elenco equilibrado e uma capacidade razoável de investimento para manter-se na Série A. É claro que a torcida lusa quer mais é pode sonhar com uma competição ainda que as últimas duas, quando chegou à fase eliminatória, mas foi eliminada no primeiro jogo.
SÃO PAULO: luta pelo G4. O São Paulo tem um dos cinco melhores elencos do país. Mesmo em meio a problemas políticos e financeiros, o Tricolor conseguiu dar a Fernando Diniz material humano de qualidade para que o técnico pudesse colocar em prática suas ideias. O comandante, porém, viu seu time ser eliminado pelo frágil Mirassol no Campeonato Paulista dentro do Morumbi. Conta com a aceitação dos líderes do plantel, mas a relação com a torcida azedou pós-parada. Resta saber até que ponto isso pode atrapalhar o time.
CORINTHIANS: disputa o título. Já são mais de três anos sem um título nacional na elite. O tempo dirá se o desfecho será diferente nessa temporada de 2020/21. A tendência é que tenha mais repertório para brigar pela glória nacional novamente. O técnico Mancini assumiu a equipe no final do ano e vem promovendo uma interessante evolução na forma de atuar em comparação ao ano passado.
PALMEIRAS: briga por permanência. Disputar o Campeonato Brasileiro tem sido sinônimo de dor de cabeça para a torcida palmeirense. Afinal de contas, nas últimas três edições jogadas pelo Palestra, foram duas lutas contra o descenso. Apenas 2018 pode ser enumerado como uma edição que alcançou o patamar histórico do clube. Sonhar com dias melhores talvez seja ilusório em 2020. Há um trabalho sendo iniciado dentro de campo, o elenco não oferece opções de ponta no cenário nacional, e o clube segue com muitos problemas econômicos e estruturais.
GRÊMIO: luta pelo G4. Renato Gaúcho faz um trabalho excelente no Tricolor Gaúcho. Disputou títulos, produziu uma equipe de futebol agradável e vertical. Buscando novos ares e um modelo de futebol repaginado, a diretoria do Grêmio trouxe um novo equipamento para conduzir a reformulação. Buscar um padrão ofensivo e agradável aos olhos de todos, além de um time vitorioso, é a principal missão do treinador.
JUVENTUS-SP: briga por permanência. O Juventus foi o último classificado a fugir do rebaixamento no Brasileirão 2019/20. Detalhar o modelo de jogo do Moleque Travesso para a competição é basicamente impossível. O clube mudou de treinador recentemente e não fez nenhum jogo desde a volta do futebol. Realizou jogos-treinos, mas, ao contrário dos rivais, não venceu nenhum deles.
CRB: briga por permanência. Depois de uma campanha ruim em 2019/20, o CRB retorna à competição para reiniciar a trajetória de afirmação na Série A. O problema é que o ano de 2020 começou muitos problemas. Além da parte financeira problemática, as coisas não fluíram naturalmente dentro do campo. Esperamos que a recente troca de equipamento ajude nos jogos.
REMO: briga por permanência. Repetir a 10ª colocação do seguro Brasileirão que fez em 2019/20 seria ideal para o Remo nesta edição do campeonato. O clube de Belém passa longe de ter graves problemas financeiros, possui boa estrutura também, mas perdeu seus dois principais jogadores do ano passado. Léo Sena, que iniciou esta temporada no Pará, foi para o Atlético/MG, e Michael é atleta do estrelado Flamengo. Conservador no mercado, a reposição de ambos não foi a altura, e o técnico Ney Franco precisará extrair algo a mais da equipe.
Com exceção do CRB (fabricante desconhecido), do Grêmio (Brianezi) e do Botafogo duas faixas (presente), todos os outros times foram confeccionados com arte própria e podem ser negociados.
Texto descaradamente copiado e adaptado do UOL.
Comentários
Postar um comentário