DIA 14 DE FEVEREIRO, DIA DO BOTONISTA

Hoje é o Dia do Botonista. Essa data é comemorada no dia 14 de fevereiro por ser o aniversário de Geraldo Cardoso Décourt.

Geraldo Cardoso Decourt nasceu em 14 de fevereiro de 1911, em Campinas, Estado de São Paulo. Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro e aos 11 anos de idade aprendeu com amigos o jogo que faria parte de sua vida.

Em 1929 organizou o jogo e o batizou de Football Celotex. Assim era chamado pelo material que eram feitas as mesas para a prática, importado da The Celotex CO, de Chicago - EUA. Para fazer os jogadores, de início ele utilizava botões de camisa. No ano seguinte publicou o primeiro livro com as regras, denominado de Regras de Football Celotex. A publicação foi divulgada por vários jornais importantes da época, como O Globo e A Noite, o que ajudou a divulgação do jogo.

Na década de 1940 Décourt voltou a morar em São Paulo e chegou a ficar afastado por conta de inúmeros trabalhos, mas em 1957 o ex-pugilista e praticante do Futebol de Mesa, Éder Jofre, lhe fornece o endereço do Grêmio Dramático Luso-Brasileiro, onde muitos botonistas reuniam-se para jogar.

No ano de 1975, após décadas de dedicação ao que já era conhecido como Futebol de Mesa, Decourt funda a Botunice. A associação foi criada junto com outras pessoas, entre elas seu grande amigo e colaborador Antonio Maria Della Torre.

Em 1982, após sete anos, a Botunice chegava ao fim, quando reunia mais de 50 associados. Neste mesmo ano Décourt compôs o Hino do Botonista, gravado em fita K7 e distribuído em apenas quinze cópias que hoje são consideradas uma preciosidade entre os botonistas.

Veja a letra do hino:

“Botonista eu sou com justo orgulho
Boto muita fé no meu botão
Botonista eu sou com muita honra
Isto é verdade, eu não me arrependo não
Botonista eu sou com persistência
Jogo a qualquer hora com prazer
Pois jogando em qualquer regra! Eu vou praticando o meu lazer -bis-
Eu jogo limpo, jogo sério sem esbulho,
Pois prá mim adversário considero como irmão
Aviso logo para quem jogar comigo que somente me vencendo poderá ser campeão -bis-“

Já em 1988, Décourt e todos os praticantes de Futebol de Mesa conseguiram realizar o sonho de verem o Futebol de Mesa reconhecido pela Conselho Nacional dos Desportos (CND) como esporte amador. Isso foi possível graças a dedicação de Antonio Maria Della Torre.

Geraldo Cardoso Décourt, entre outras ocupações, era pintor. Foi considerado por Paulo Mendes de Almeida um dos primeiros abstracionistas do Brasil. No Salão Paulista de Arte Moderna, conquistou uma medalha de bronze (1961), uma de prata (1962) e o Premio Aquisição (1963). Suas obras foram incluídas em outros Salões Oficiais, além de exposições coletivas e individuais.

Flamenguista de coração, o "Papa do Futebol de Mesa" faleceu no dia 24 de maio de 1998. Nesse mesmo ano o Departamento de Futebol de Mesa da Hebraica propôs a instituição do "Dia do Botonista" na data de nascimento de Décourt. Naquele mesmo ano, a Federação Paulista de Futebol de Mesa apoiou o pedido. Em 2001 o Governador de São Paulo Geraldo Alckimin oficializou a data de aniversário de Décourt como Dia do Botonista. Atualmente, a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) também reconhece a data.

“Lei Nº 10.833, de 2 de julho de 2001
Palácio dos Bandeirantes, 2 de julho de 2001.
Institui o “Dia do Botonista”
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º – Fica instituído o “Dia do Botonista”, a ser comemorado, anualmente, no dia 14 de fevereiro.
GERALDO ALCKMIN”

Parabéns a todos nós!

Matéria baseada no texto publicado por Gabriel Adão,
ex-atleta do America FC e replicado no site da FEFUMERJ em 14/02/2011.

Outras fontes:

http://www.clubedobotao.com/wp-content/uploads/2011/02/decourt-correio.pdf



DIA DO BOTONISTA, minhas lembranças

Eu jogava futebol de botão desde muito pequeno com meu pai e meus tios, por isso não me lembro da primeira vez que joguei futebol de botão, assim como minha filha também não se lembra, mas dela eu tirei foto. Ainda me recordo da alegria quando ganhei do meu pai pela primeira vez, com um kit da seleção italiana feito com os símbolos da revista Placar. Eu já tinha alguns times e ganhei mais alguns de um tio quando ainda era criança e adorava passar as tardes fazendo campeonatos sozinho no chão do meu quarto. Não me lembro quais os times que eu já tinha na ocasião, mas lembro de ter ganhado desse tio uma CBD, Holanda, Alemanha (Ocidental), Argentina, São Paulo, Corinthians, Santos, Palmeiras, Portuguesa, Flamengo e Cruzeiro - da Gulliver, mas não tenho certeza. Acho que tinha menos de 10 anos quando ganhei esses times. Também joguei alguns campeonatos com os vizinhos da vila onde morava na zona norte de São Paulo, mas sempre era eliminado nas primeiras fases, pois era um dos mais novos a jogar. Isso foi antes de 1990. Entre campeonatos solitários, partidas com amigos e com meu pai, o tempo foi passando, surgiram outras brincadeiras, outros interesses e acabei perdendo meus times.

Já no ano de 2006, depois de ver uma matéria durante a Copa do Mundo de Futebol, comprei alguns times na 25 de Março de uma loja chamada Curinga Sports (Real Madrid, Sankt Pauli, Arsenal, Liverpool, Lyon), comprei Dallas (Torino e Villareal), KiGol (São Paulo e La Coruña), Crakes (Olimpique de Marselha, Milan e Ajax) e um Barcelona usado. Comprei umas lentes transparentes e fiz um Bolton Wanderers, um São Paulo ´05, um Werder Bremen, um Napoli ´89 e um Barcelona ´06. Comprei uma mesa de tamanho oficial e jogava com meu primo e vizinhos. Jogamos por aproximadamente um ano e paramos de jogar devido ao Winning Eleven e, embora não jogasse mais, guardei os times até me casar no final de 2010, mas deixei tudo na casa do meu pai.

Voltei a jogar em 2018 depois de – novamente – ver uma reportagem durante a copa do mundo. Dessa vez a matéria foi sobre a Arquibancada Botões Clássicos no jornal Folha de São Paulo. Comprei lentes transparentes e voltei a fazer meus times. Mostrei os times para minha filha de 4 anos e ela ficou curiosa, mostrei como jogava e ela gostou. Depois de jogar algumas vezes na mesa de jantar comprei um campinho da promoção do Guaraná Antártica pra Copa do Mundo 2018 e pronto, já tinha meu estádio. Minha filha chama de “jogar botãozinho”. Hoje ela já não joga mais comigo, mas na época foi a desculpa perfeita para comprar uma nova mesa e mais times.

Além de todo o saudosismo, hoje o futebol de botão é para mim um momento meu, de paz e descanso.

Comentários