Esse é o Esporte Clube Siderúrgica, um clube de futebol brasileiro, da cidade de Sabará, no estado de Minas Gerais. É proprietário do Estádio Eli Seabra Filho, também conhecido como Praia do Ó, tem como mascote uma Tartaruga e ostenta como suas cores, o branco e o azul.
O Siderúrgica foi fundado em 1930, por iniciativa de funcionários da Usina Siderúrgica Belgo-Mineira. O clube foi inicialmente organizado para ser um Clube de Recreação Esportivo dos funcionários da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. A Companhia foi patrocinadora do clube, empenhando-se para o aprimoramento dos diversos departamentos deste, principalmente seu quadro de atletas profissionais. Contribuindo materialmente e financeiramente, possibilitou aos atletas satisfação, alegria e aprimoramento técnico e físico. Isso foi um exemplo de responsabilidade social em seu tempo, pois oferecia, através da Belgo Mineira, uma garantia de aprendizado de uma outra profissão, com a possibilidade, quando encerrava-se a carreira futebolística, do jogador trabalhar no ramo siderúrgico.
O primeiro campo de futebol foi construído em terreno da Praia do Ó, doado pelo Recreio Club Siderúrgica, e com o patrocínio da Belgo-Mineira. A primeira partida aconteceu em 17 de agosto de 1930, contra o também sabarense Alves Nogueira Football Club, no campo deste, atual PRAESA. O Siderúrgica foi derrotado por 5 a 4.
Em 1931, filiou-se a Liga Mineira de Desportos Terrestres e disputou seu primeiro torneio oficial, e em 1913, conquistou o título de Campeão da 2ª Divisão de Amadores. Em 1933, fez sua primeira partida como profissional, vencendo o Palestra Itália, atual Cruzeiro, pelo placar de 2 a 1.
Já em 1937, alcançou uma de suas mais importantes glórias: a conquista do Campeonato Mineiro, vencendo o tradicional Villa Nova na decisão. Teve o artilheiro da competição, Arlindo, com 10 gols. Este também marcou o gol da vitória do Siderúrgica no terceiro jogo das finais.
Em 1942, teve a honra de ceder à Seleção Brasileira, para disputa do Sul-Americano, seu meio-campista Paulo Florêncio.
Em 1943 o criador dos mascotes dos principais clubes mineiros, o cartunista Fernando Pierucetti (Mangabeira), definiu como mascote da equipe uma tartaruga.
Em 1954 foi disputada a Taça Louis Ensch, em homenagem ao patrono do Siderúrgica e ex-presidente da Companhia Belgo Mineira. Todas as partidas foram disputadas em Belo Horizonte e o título ficou com o Esporte Clube Siderúrgica.
O clube manteve outras atividades além do futebol, tendo êxito nas modalidades de basquetebol, voleibol, tênis e futebol de salão. Neste último, se sagrou campeão estadual em 1960 e 1962.
O Siderúrgica foi o último campeão mineiro antes do início da Era Mineirão, em 1964, ao vencer o América no Estádio da Alameda por 3 a 1. O título se valeu pelo comando do técnico Dorival "Yustrich" Knipel, que ordenou a construção de uma nova concentração, pediu aos jogadores tirarem licença de seus empregos na Belgo Mineira, e requisitou a contratação do atacante Aldeir (que marcou o primeiro gol da final) junto ao America do Rio. A alcunha da equipe de "Tartaruga do Napoleão", citada em seu hino, remete ao apelido de seu famoso treinador. Durante a histórica campanha da Tartaruga, o time de Sabará sofreu apenas uma derrota, para o Cruzeiro, no Barro Preto, por 1 a 0, com um gol do jovem Tostão, muito contestado pelo Siderúrgica, alegando que este teria sido feito em impedimento.
Curiosamente, o hino do Esporte Clube Siderúrgica foi gravado dentro de uma siderúrgica, e em sua letra são mencionados os rivais "Galo, Raposa e Leão", fazendo referência ao Atlético Mineiro, Cruzeiro e Villa Nova, respectivamente. O único hino também retrata e referencia o momento mais glorioso do clube.
O Siderúrgica foi o primeiro clube de Minas Gerais a jogar uma partida interestadual no recém inaugurado Mineirão, pela Taça Brasil de 1965. Eliminou o Atlético Goianiense e chegou às oitavas-de-final, na qual foi superado pelo Grêmio. Destaca-se também o fato do clube ter disputado a partida inaugural do Estádio Pelezão, maior de Brasília até aquele momento. No Campeonato Mineiro de 1965, mais uma campanha de destaque do Esquadrão, que terminou na terceira colocação e foi proclamado o primeiro campeão mineiro do interior.
Endividado pelos gastos para a campanha de título em 1964, o Siderúrgica perdeu o apoio financeiro da Belgo-Mineira em 1967. A equipe pediu licenciamento à Federação Mineira de Futebol e foi rebaixada do Campeonato Mineiro após o término da edição de 1966. Posteriormente extinguiu seu departamento de futebol profissional.
Depois de 26 anos desativado, A Tartaruga voltou a campo, em jogos oficiais, apenas em 1993 para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, correspondente ao atual Módulo II. Com uma campanha ruim, jogou sete vezes, com dois empates e cinco derrotas, terminando a competição em último lugar.
Após quatro anos, a equipe sabarense voltou a disputar um campeonato profissional, a Segunda Divisão de 1997 (terceira divisão do futebol mineiro), onde novamente fez uma campanha pífia, com apenas duas vitórias em oito jogos. A primeira dessas duas vitórias aconteceu no dia 20 de setembro 1997, por 2 a 1 sobre o Fabril, quase 31 anos depois da sua última vitória. A segunda vitória aconteceu no dia 31 de agosto, por 4 a 2 contra o Esportivo de Passos, sendo essa a última vitória a nível profissional do Siderúrgica em sua história. No último jogo de 1997, um empate por 1 a 1 com a Aciara em Ipatinga, não foi suficiente para avançar à fase seguinte e a equipe novamente terminou o campeonato em último lugar na classificação geral, licenciando-se novamente poucos anos após o retorno.
Em 2007, voltou a disputar o futebol profissional, integrando o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. Após uma capamnha ruim, terminou em último em seu grupo, e foi eliminado logo na primeira fase, voltando a se afastar do futebol profissional.
Em 2011, o clube novamente se inscreveu para a disputa da Segunda Divisão, porém não obteve sucesso e foi eliminado ainda na primeira fase. Em 2012, o Siderúrgica inscreveu-se novamente para a disputa deste campeonato, mas novamente acabou sendo eliminado na primeira fase e ficando na lanterna do grupo sem nenhuma vitória.
A falta de verbas do Siderúrgica impediram o retorno de uma equipe profissional para a Segunda Divisão em 2014, mantendo apenas seis equipes de base, nas categorias pré-mirim, mirim, infantil e juvenil. Como não poderiam usar o Estádio da Praia do Ó, treinavam em uma escola estadual de Sabará. Retomou novamente as atividades em 2015, e para a disputa da Segunda Divisão, utilizou o Estádio Israel Pinheiro, em Itabira, para mando de suas partidas, o que ocorreu novamente em 2016.
Atualmente, não disputa nenhuma divisão do Futebol Profissional do Campeonato Mineiro, focando-se em seu departamento de futebol feminino de base. Em sua história conquistou duas vezes o Campeonato Mineiro de Futebol, com seu título de 1964 marcando tanto o último torneio antes da inauguração do Mineirão como o último de um time fora de Belo Horizonte até a década de 2000.
Nossa versão foi montada em lentes de 45mm e arte semelhante aos antigos Brianezi.
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