PALESTRA, DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP, DE ROUPA NOVA

Esse é o Palestra de São Bernardo, um clube de futebol brasileiro da cidade paulista de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. Atualmente, está licenciado do futebol.

Foi fundado em 1935 por Alfredo Sabatini, filho de comerciantes italianos vindos da Toscana, até então ponta-esquerda do EC São Bernardo, fundado poucos anos antes. Após um desentendimento com o técnico do time durante uma excursão ao interior paulista, Alfredo Sabatini prometeu que jamais defenderia aquele clube. Alfredo reuniu os amigos José de Jorge e Antonio Garcia para fundar um novo clube que venceria sua antiga equipe. Como o número de imigrantes era grande, principalmente os italianos, e Alfredo sugeriu o nome Palestra Itália de São Bernardo - uma homenagem à Societá Sportiva Palestra Italia - posterior Sociedade Esportiva Palmeiras. Os presentes aceitaram o nome por unanimidade.

Após os títulos paulistas do Palestra da Capital em 1928, 1929 e 1930 surgiram vários Palestra's pelo estado, como o EC Palestra, de São José do Rio Preto e Palestra Itália de São Carlos. Porém, nenhum deles conseguiu se manter vivo e ativo como o de São Bernardo, atualmente o único do Brasil disputando o futebol profissional.

Já na década de 70 o Palestra já dava mostras de que não cabia mais no futebol amador e começou dois projetos paralelos, as escolinhas de esporte e a retomada do profissionalismo. Os meninos das escolinhas seriam o alicerce do retorno Alviverde. O trabalho rendeu muitos frutos e ninguém discorda que o Palestra mudou o destino de centenas de jovens de São Bernardo.

Nessa época o Estádio do Ferrazópolis e o Palestra encheu seus moradores de orgulho e a primeira torcida do clube surgiu com o nome 'Ferrão da Vila'. Chegou nessa época a receber o Santos de Pelé na Vila Euclides lotada (1974), o Corinthians de Rivelino (1975) e o Bayern de Munique-ALE. Foi campeão diversas vezes do campeonato municipal com ótimas equipes que ficaram gravadas na memória dos esportistas da cidade, algumas delas inesquecíveis contra o maior rival da época, o Aliança. Destaque para o tricampeonato de 1972, 73 e 74 e as conquistas do time Juvenil.

Em 1987, um ano após o cinquentenário do clube, o Palestra voltava ao certame Paulista empolgado e sentindo-se preparado para o desafio na 3º divisão Estadual. Desde o primeiro ano mostrou que o espírito brigador de todo palestrino continuava aceso, fez boa campanha. Nos anos seguintes, continuou buscando a 2ª divisão, onde terminou entre os quatro primeiros em 1988, o "Esquadrão do Ferra", time formado quase inteiramente por atletas do seu bairro como Gemada, Ling, Bó, Zanata e outros, mas na época subia apenas o primeiro. Licenciou-se novamente em 1992.

Em 1997, com a casa em ordem, o Palestra retornaria para nunca mais se ausentar dos profissionais. Logo no primeiro ano o time conquistaria acesso na Série B1 como vice-campeão.

Em 2005, numa estratégia de marketing, o clube passou a utilizar somente o vermelho em seu uniforme - cor que o estatuto do clube permite por estar na bandeira italiana - mudou também o escudo, o hino e o mascote - o Periquito virou um cão da raça São Bernardo. Inicialmente deu certo, o 'PSB', sigla oficial do clube e como passou a ser chamado, levou muita gente ao estádio da Vila Euclides nos jogos da Copa São Paulo e no Paulista Série B. As mudanças porém, chatearam a velha guarda do clube e em 2006 o clube voltava a adotar o "Palestra" e o verde. Após terceirizar o departamento de futebol profissional, o clube realizou más campanhas em 2006 e 2007. Em 2008, retomando o departamento desorganizado, a diretoria foi obrigada a licenciá-lo. Ao menos uma boa notícia: o verde retornava no escudo e na camisa para nunca mais sair.

Em 2009, em uma parceria com o EC Santo André, o Alviverde, liderado por William, Júnior Urso, Richard e Jerinha, fez uma de suas melhores campanhas no Paulista da Segunda Divisão. Terminou a primeira fase na liderança do Grupo 6, com seis vitórias em doze jogos. Na fase seguinte, quatro vitórias em seis jogos e novamente a primeira posição da chave. Na terceira fase, o Palestra se classificou como um dos melhores terceiros colocados, ficando atrás do Desportivo Brasil e do Andradina. Por dois pontos, não conseguiu a vaga para Série A-3. Na última partida oficial disputada pelo Palestra, o time comandado por Sandro Gaúcho encarou de igual para igual o Taubaté fora de casa, chegou a vencer por 1 a 0 no primeiro tempo, o goleiro Willian pegou pênalti, mas perdeu nos minutos finais, em jogo que terminou de forma conturbada, com invasão de gramado e lançamento de bombas pelos torcedores do time da casa, tumulto dentro de campo e quatro jogadores expulsos, sendo três deles do Alviverde.

A parceria com o Santo André não se manteve em 2010. Sem o apoio da equipe vizinha, o Alviverde não conseguiu repetir a boa campanha, sendo eliminado na primeira fase, terminando em sexto lugar em um grupo de oito times. No ano seguinte, a equipe fez uma das piores campanhas da competição, perdendo 12 dos 14 jogos que disputou. Em fevereiro de 2012, o clube anunciou sua desistência da Segunda Divisão estadual naquele ano, devido a problemas financeiros. Desde então, o Palestra não disputa uma competição oficial.

Ao longo dos anos, o Palestra revelou diferentes atletas para o futebol nacional. A cultura de ser um clube popular e manter as portas abertas facilitou isso. Algumas das maiores contribuições foram o volante Zé Roberto, da Seleção Brasileira, do Bayern de Munique e do Palmeiras, que chegou a ser campeão Paulista de Juniores com o Palestra em 1992. Em 1999 na disputa da Copa São Paulo surgiu o zagueiro André Dias, que sempre relembra com carinho do clube do Ferrazópolis. Outro que surgiu na mesma época foi o volante Fabinho, ex-Corinthians e Santos.

Licenciado do futebol profissional desde 2012, seus principais títulos são o Vice-Campeonato Paulista Segunda Divisão B2 de 1997 e o Campeonato Paulista de Juniores 2º Divisão - 1992

Feito com arte própria sob lentes de 45mm. Clique aqui para ver nossa primeira versão.

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